Um dos clássicos mais
aclamados e polêmicos da literatura mundial, “O retrato de Dorian Gray” (para
mais detalhes do livro, acesse ESTE LINK) já ganhou várias adaptações para o cinema,
sendo as mais conhecidas a versão mais recente, de 2009, protagonizada por Ben
Barnes e a adaptação de 1945, dirigida por.Albert Lewin.
Como se sabe, a história
gira em torno do jovem e Dorian Gray (Hurd Hatfield), herdeiro de uma notável
fortuna, recém-chegado a Londres. Pouco tempo depois ele conhece Basil Halward
(Lowell Gilmore), um talentoso pintor que se dispõe a usar Dorian como modelo
para sua próxima obra de arte. Paralelamente, Dorian toma contato com Henry
Wotton (George Sanders, em atuação extraordinária), sujeito hedonista e cínico
que se vangloria de sua filosofia do prazer imediato e do desprezo às regras
sociais; aos poucos, Wotton começa a ‘corromper’ o ingênuo Dorian, o que
alcança pleno efeito após a conclusão do quadro pintado por Basil. Fascinado pela
própria beleza refletida no quadro, e que Henry faz questão de ressaltar que
ficará para sempre imutável, enquanto Dorian envelhecerá, o rapaz faz o ‘pacto’
que leva a ele e a todos que conhece à destruição, tanto física quanto moral.
Desejando permanecer
jovem para sempre, enquanto seu retrato envelheça, Dorian tem seu desejo
atendido inexplicavelmente. Daí em diante, ele permanece imune aos efeitos do
tempo através dos anos, enquanto seu retrato vai acumulando não apenas as
marcas da idade, mas também o peso de seus pecados, conforme logo ele nota.
O filme é bastante fiel
ao livro de Oscar Wilde, mas, ao contrário da obra literária, que foi muito
criticada na época de seu lançamento devido a seu conteúdo erótico e
sarcástico, o filme teve uma ótima recepção do público em geral, consagrando-se
como um dos grandes clássicos da MGM até hoje. Talvez, uma das razões do
sucesso seja o fato de o filme de Lewin omitir o homoerotismo presente na obra
de Wilde, tornando-o um produto ‘para a família’, driblando a censura e
evitando chocar o espectador com a discussão de certos tabus atemporais.
Além de alcançar o
status de clássico entre o público, “O retrato de Dorian Gray” também foi muito
bem recebido pela crítica, recebendo três indicações ao Oscar, vencendo na
categoria Melhor fotografia em preto e branco. Ganhou também o Globo de Ouro de
Mlehor atriz coadjuvante para Angela Lansbury como Sibyl Vane, o grande amor de
Dorian. Merece destaque também o próprio
quadro, pintado pelo artista americano Ivan Le Lorraine Albright, conhecido
como ‘macabro’; de fato, é uma obra impactante e assustadora, acentuada pelas
tomadas coloridas exclusivas para ela (todo o filme foi filmado em preto e
branco, exceto as cenas com o retrato, feitas em Technicolor).
* Para a resenha do filme de 2009, acesse ESTE LINK.
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