Em 1953, um daqueles
filmes revolucionários no gênero terror, estreou, tornando-se icônico pelas
inovações do 3D (muito enfatizado nos pôsteres de divulgação). Dirigido por
André de Toth, “Museu de Cera” – no original, “House of Wax” – foi mais um
daqueles filmes protagonizados genialmente pelo ícone do horror daquela época:
Vincent Price.
No filme, Price é Henry
Jarrod, um habilidoso escultor que faz imagens de cera de pessoas famosas para
um museu, que é um dos poucos atrativos de sua cidade. Entretanto, seu sócio, ambicioso e ávido por
receber uma grande fortuna pelo seguro do estabelecimento, decide incendiar o
museu, contra a vontade de Jarrod, que não quer ver destruídas as suas obras de
arte. O escultor tenta impedi-lo, mas acaba ficando preso no museu em chamas e
seu corpo desaparece, sendo, portanto, considerado morto.
Algum tempo depois, ele
retorna e reabre o museu, criando novas imagens de um realismo impressionante. Ao
mesmo tempo, algumas pessoas são perseguidas e assassinadas por uma estranha figura
de preto que ronda a cidade à noite. Entre os mortos, estão o ex-sócio de
Jarrod e sua parceira. Mais tarde, numa
noite de exposição do museu, a jovem Sue Allen (Phyllis Kirk) vê uma semelhança
fora do comum entre a estátua de Joana D’Arc e uma amiga sua desaparecida.
A partir de então, ela começa
a investigar os segredos do excêntrico Henry Jarrod e a possibilidade, mesmo
absurda, de a imagem ser realmente a mulher que sumiu, coberta em cera.
A ideia de criar um
filme de terror sobre museus de cera não é novidade, mas a ambientação do filme
de Toth é sempre assustadora, tétrica, ampliada pelo já mencionado 3D e por mais
uma atuação brilhante de Price. É um filme realmente delicioso para o padrão de
terror proposto na época. Não há cenas de violência direta em proporção
comparável a hoje, mas a sugestão indica a tensão da história, o horror que
fica implícito, que culmina na revelação do segredo chocante de Jarrod, nos
momentos finais.
Em
2005, o filme “A Casa de Cera” chegou aos cinemas dizendo-se um remake do
clássico de Toth, mas a verdade é que não é bem assim. São poucas as
semelhanças entre os filmes, a começar pelo roteiro e pelos personagens
totalmente diversos. “A Casa de Cera”, de Jaume Collet-Serra (diretor de “A
Órfã”), é um produto mais voltado para o público adolescente, sedento de gore, o
que, nesse caso, não significa exatamente que seja um filme ruim. Aliás, entre os
remakes de terror recentes, produzidos por Joel Silver, parece o melhor. O próprio
“Museu de Cera” já é um remake de um filme mais antigo, de 1933, intitulado “Mystery
of the Wax Museum”, de Michael Curtiz, que, por sua vez, é inspirado numa peça teatral
homônima de Charles Belden.
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